No dia seguinte...



Acordei na segunda-feira, dia 5 de dezembro, com uma dor de cabeça forte e uma leve tonteira. Como já havia sofrido uma crise de labirintite entre 2002 e 2003 - no auge do meu estresse no primeiro jornal em que trabalhei e onde ficava em média 12 horas por dia, cobrindo (o que engloba: apurando, entrevistando, digitando) até 10 matérias em um único dia.

Tentei falar com a chefe de reportagem do jornal em que trabalho atualmente - também com hora pra entrar e sem hora pra sair, mas com uma compensação: um banco de horas que te fornece folgas em troca de suas horas extras - e como não consegui, liguei para a minha editora explicando o que eu estava sentindo e dizendo que não iria trabalhar naquele dia.

Na terça-feira, dia 6 de dezembro de 2011, não acordei melhor e fui até o Pronto Atendimento (uma espécie de emergência) do Hospital Santa Martha, em Niterói. Chegando lá, a médica que me atendeu me encaminhou para um Raio-X do tórax e para uma tomografia de crânio.

À primeira vista, nada nos pulmões e no crânio apenas um pouco de pus que poderia ser resultado de uma sinusite mal curada. Minutos depois, após conversa da clínica com o radiologista, percebeu-se que havia uma lesão no lado direito do meu cérebro - por isso todas aquelas reações ocorridas no lado esquerdo do meu corpo dois dias antes. Não eram cãimbras. Era uma crise convulsiva.

Achando que não ouviria nada de grave, saí de casa sozinha, peguei dois ônibus e fui até o hospital - sem saber que poderia ter ocorrido outro episódio comigo no meio desse trajeto e eu sequer teria comigo alguém que me socorresse...

Quem me conhece sabe que sou o cúmulo da paciência e da calma - e, quem acredita, diz que tem relação com meu signo de Peixes com ascendência em Peixes. Mas no momento em que ouvi que havia tido uma convulsão provocada por uma lesão cerebral e que precisaria pesquisar a causa dessa lesão para poder tratar, o chão pareceu sumir sob os meus pés.

É bem verdade que chorei naquele jogo do Fluminense contra o São Paulo, pela Libertadores de 2008. Chorei (e até adoeci) quando meu primeiror cachorro (meu viralatinha Lolly Poppy) morreu, aos 10 anos. Chorei quando minhas filhas nasceram. Vez ou outra me pego chorando vendo um filme, ou lendo um livro. Mas naquela terça-feira, sem o chão e sozinha, chorei de medo. Medo de perceber que não tinha certeza se estaria ali (ou aqui) no próximo segundo, ou minuto, ou hora, ou dia,...

Fui encaminhada a um neurologista, que me encaixou na urgência após um telefonema do hospital - mas não me isentou da taxa de R$ 200, pois não aceitava o plano de saúde da minha empresa. E saí de lá com mil solicitações de exames. E um atestado médico até a sexta-feira, dia 9 de dezembro.


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