E ele se foi...

Esse ano eu tive a véspera de aniversário mais triste da minha vida... Não foi somente porque meu Shaique foi embora, após 14 anos de companhia, mas principalmente porque a decisão teve que ser minha... E não há um único dia em que eu não me questione se realmente fiz o certo...

Comecei a escrever esse texto em março, mas não passei das três linhas acima... Agora, cinco meses depois, acho que posso falar sobre a despedida. Dolorosa, por ter me sido imposta a decisão de fazê-lo partir, triste, por ter ocorrido em meio a tudo que me aconteceu e que originou esse blog,...

A vida é um sopro. A minha, a sua, a nossa, a do Shaique. Só queria poder tê-la protegido do vento.

Cinco meses depois, parece que foi ontem... Que saudades, Shaiquinho! Pena que a Bruna não teve a oportunidade de te conhecer... Pena que você não está aqui para cuidar dela e da Júlia como cuidou da Rafaela...

Desculpe-me por ter deixado que te levassem... mas a veterinária me convenceu de que você estava sofrendo - apesar de não parecer e, por isso, não há um único dia em que me questiono se fiz o que era certo. Ela disse que o tártaro tinha afetado sua boca toda e que bichinhos já haviam se aproveitado para se hospedar nela e corroer o seu céu da boca. Ela me convenceu de que você sentia dor - apesar de não demonstrar, não ter parado de se alimentar, e nem de brincar comigo e com a Júlia (mesmo com os seus já 68 anos - é quanto dizem que 14 anos caninos equivalem na idade humana). E quando disse que em pouco tempo qualquer sólido ou líquido sairia pelo seu focinho e te sufocaria, eu acabei cedendo...

Não se deve deixar uma mulher grávida - Bruna já completava seis meses na minha barriga - tomar uma decisão tão difícil quando a gente está em uma fase em que mal consegue raciocinar...

Infelizmente não há nada que eu possa fazer, ou refazer, ou desfazer... Só peço a Deus que realmente eu tenha feito o melhor para você. Porque, para mim, não foi. Espero não ter errado ao tentar não ser egoísta.